Tal como prometido no post anterior, hoje vou falar do Mia.
António Emílio Leite Couto, um dos escritores moçambicanos mais conhecidos no estrangeiro, nasceu na Beira, em 1955. Ganhou o nome Mia do irmão mais novo, que não conseguia dizer Emílio. “Reza a lenda” que o escritor adoptou esta alcunha também devido a sua paixão pelos gatos desde pequeno, tendo inclusive dito à sua família que gostaria de ser um deles (verdade ou não, quem gosta de gatos, tem a minha admiração!).
Segundo a sua biografia, Mia teria dito certa vez que não tinha uma “terra-mãe”, mas sim uma “água-mãe”. Referia-se à tendência para a sua terra natal, situada à beira do Oceano Índico, ficar inundada durante a época das chuvas.
Mia Couto iniciou o curso de Medicina ao mesmo tempo que começava a fazer jornalismo, tendo abandonado aquele curso para se dedicar à profissão. Foi director da Agência de Informação de Moçambique e, mais tarde, tirou o curso de Biologia.
Vencedor de vários prémios, tem a sua obra traduzida em alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, neerlandês, norueguês e sueco.
Pessoalmente, a sua simpatia, humildade e simplicidade não deixam as pessoas indiferentes.
No dia 7 de Março de 2005, fez uma oração de sapiência, na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique. Do texto, destaca-se a mensagem “Os Sete Sapatos Sujos”, que transcrevo pela beleza da lição:
“Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei ‘Sete Sapatos Sujos’ que necessitamos de deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher, e sete é um número mágico:
Primeiro – A ideia de que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre vítimas;
Segundo – A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho;
Terceiro – O preconceito de que quem critica é um inimigo;
Quarto – A ideia de que mudar as palavras muda a realidade;
Quinto – A vergonha de ser pobre e o culto das aparências;
Sexto – A passividade perante a injustiça;
Sétimo – A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros.”
António Emílio Leite Couto, um dos escritores moçambicanos mais conhecidos no estrangeiro, nasceu na Beira, em 1955. Ganhou o nome Mia do irmão mais novo, que não conseguia dizer Emílio. “Reza a lenda” que o escritor adoptou esta alcunha também devido a sua paixão pelos gatos desde pequeno, tendo inclusive dito à sua família que gostaria de ser um deles (verdade ou não, quem gosta de gatos, tem a minha admiração!).
Segundo a sua biografia, Mia teria dito certa vez que não tinha uma “terra-mãe”, mas sim uma “água-mãe”. Referia-se à tendência para a sua terra natal, situada à beira do Oceano Índico, ficar inundada durante a época das chuvas.
Mia Couto iniciou o curso de Medicina ao mesmo tempo que começava a fazer jornalismo, tendo abandonado aquele curso para se dedicar à profissão. Foi director da Agência de Informação de Moçambique e, mais tarde, tirou o curso de Biologia.
Vencedor de vários prémios, tem a sua obra traduzida em alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, neerlandês, norueguês e sueco.
Pessoalmente, a sua simpatia, humildade e simplicidade não deixam as pessoas indiferentes.
No dia 7 de Março de 2005, fez uma oração de sapiência, na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique. Do texto, destaca-se a mensagem “Os Sete Sapatos Sujos”, que transcrevo pela beleza da lição:
“Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei ‘Sete Sapatos Sujos’ que necessitamos de deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher, e sete é um número mágico:
Primeiro – A ideia de que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre vítimas;
Segundo – A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho;
Terceiro – O preconceito de que quem critica é um inimigo;
Quarto – A ideia de que mudar as palavras muda a realidade;
Quinto – A vergonha de ser pobre e o culto das aparências;
Sexto – A passividade perante a injustiça;
Sétimo – A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros.”
Olá Etã, foi um enorme prazer vir aqui hoje, e por sua vez me deparar com a qualidade do post e descobrir um autor que até então desconhecia.
ResponderEliminarPor sua vez em pleno século XXI, nosso mundo ainda está permeado de preconceitos, mas o que posso ter certeza é que preconceito e inteligencia são inversamente proporcionais. Um belo post.
abraço das letras
Marcos Miorinni
Bem, devo dizer que isto de ficar um tempinho sem vir ver o teu blog é mt mau, pq rapidamente 'enche-se' de entradas!
ResponderEliminarA partir de agora acompanharei com mais assiduidade e aí terei mais facilidade para fazer comentários, pq hj só para ler tudo o que havia de novo (...) pelo menos uma horita levei.
De qualquer modo quero dizer que fico contente de ler aqui coisas que nunca cheguei a ouvir da tua boca. Não sei se por não gostares de debater estes assuntos ou se é por estares a mudar, de qualquer forma fiquei mesmo contente.
Beijos
Rodrigo