quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

35 Rhums

Acabo de chegar de mais uma sessão do Cine Clube de Viseu. Em cartaz estava uma produção francesa, uma história sobre pessoas, sobre vidas simples, sobre o amor, o medo do futuro e da ausência do outro, sobre o sentimento de dependência e, principalmente, sobre a angústia da mudança nas diferentes fases normativas da vida.
O filme baseia-se na relação entre um pai e uma filha. Ele é Lionel, um maquinista honesto, mas tristonho, que depois da morte prematura da mulher dedicou a vida a cuidar da filha, Josephine, uma estudante universitária.
A relação que os une é assente no respeito e na cumplicidade e, apesar de parecer que não precisam de ninguém, partilham o seu pequeno mundo com dois vizinhos (uma ex-namorada apaixonada por Lionel, e um rapaz órfão e solitário apaixonado por Josephine), que moram no mesmo prédio nos subúrbios de Paris, e acabam por viver como uma família.
As cenas são centradas no quotidiano. A melhor, na minha opinião, é efectuada sem diálogos, apenas com música. Retrata uma noite chuvosa quando os protagonistas vão a um concerto, o carro avaria antes de chegarem, e eles entram num café, onde são bem acolhidos pela proprietária e passam bons momentos a dançar e a interagir sem palavras.
No entanto, senti que apesar da intensidade do que se queria transmitir e das interpretações especialmente boas (sem qualquer dúvida), o filme deixa um tanto a desejar, não suscitando grande emoção nem quando Lionel encontra o colega dos caminhos-de-ferro que se tinha acabado de suicidar.

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