Já que entrei nessa de balanço cultural, continuei a remexer nas minhas memórias e verifiquei que ando em falta com algumas das boas coisas da vida... como um belo espectáculo musical, por exemplo, ou uma boa peça de teatro.
Mais uma vez, correndo o risco de desiludir a minha "legião de fãs", confesso aqui os meus pecados, e faço votos (para mim própria) de um 2009 mais movimentado nessa área também.
Deveras, a última vez que assisti um espectáculo musical foi quando vi a Marisa Monte no Coliseu de Lisboa, em Setembro de 2006, no seu Universo Particular. Pois é, foi um dos concertos mais bonitos que já tive o prazer de presenciar, e que partilhei com o meu amigo João Alexandre (a quem volto a agradecer – desta vez em público – pela agradável companhia). Marisa Monte apresentou-se num cenário interessante e simples, com recurso a imagens projectadas, luzes e uma composição do palco em degraus que vão e vêm. Este espectáculo foi composto maioritariamente por faixas dos seus dois últimos álbuns, mas não deixou de ter presente músicas gravadas pelos Tribalistas e canções de álbuns mais antigos como a Segue o Seco. A Dança da Solidão e a encenação de Meu Canário, com um canário virtual (ou politicamente correcto, como Marisa o chamou) prenderam, particularmene, a minha atenção.
Quanto ao teatro, aqui também o (meu) verbo está escrito no passado. Uma das últimas peças que vi foi encenada no Teatro FAAP, em São Paulo, em Novembro de 2007, quando aproveitei a minha curta estadia de uma semana para ver Ensina-me a Viver, com Glória Menezes, João Falcão, Ilana Kaplan e Fernanda de Freitas (creio que estou a esquecer de algum nome). Na narrativa, Harold (João Falcão) é um jovem de vinte anos que vive como um idoso, obcecado pela morte, e Maude (Glória Menezes) é uma senhora de quase oitenta anos completamente apaixonada pela vida. A partir do encontro destas duas pessoas tão diferentes, uma trama se desenrola com uma tocante e bem-humorada história de descobertas entre ambos, repleta de mensagens positivas do tipo “o amor é o melhor remédio”, onde o velho rapaz aprende com a jovem senhora sobre o prazer de viver.
Depois disso, e de regresso a Portugal, voltei várias vezes ao teatro (primeiro, no Carlos Alberto, no Porto e depois no Teatro Viriato, em Viseu) ao longo do mês de Fevereiro de 2008 (sozinha e também com diferentes acompanhantes), para ver um único espectáculo: A Invisibilidade das Pequenas Percepções, onde o coreógrafo Romulus Neagu realiza o encontro entre uma pessoa com deficiência, José António Correia, e outra proveniente de um Lar de Infância e Juventude (a Instituição onde, por acaso, sou Directora Técnica), Ana Isabel Gomes (uma menina especial e talentosa). Uma obra de dança contemporânea, onde os três contam as suas histórias através de movimentos corporais que, num crescendo de emoções, não deixam o público indiferente. A completar e acompanhar a composição, a presença do músico Ulrich Mitzlaff, proporciona momentos sonoros únicos.
Mais uma vez, correndo o risco de desiludir a minha "legião de fãs", confesso aqui os meus pecados, e faço votos (para mim própria) de um 2009 mais movimentado nessa área também.




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