domingo, 25 de janeiro de 2009

Agora são os filmes

Actualmente, não sei porquê, entrei numa de fazer balanços... Não tentem interpretar isso, pois a psicóloga aqui sou eu, e digo que não há nada para interpretar.
Verdade! A explicação até é simples. Tudo começou com a tal crise económica... Comecei por apontar as despesas grandes, passei às pequenas contas e, quando dei por mim, já estava a contabilizar lugares, espectáculos, musicais, enfim. Também parece ser uma forma diferente de passar o tempo (tal como escrever num blogue).
Bem, agora virei-me para o cinema. Não sou cinéfila, mas gosto de um bom filme, e aprecio a distracção e a riqueza (cultural, moral, espiritual etc.) que um bom enredo pode trazer. De há uns tempos para cá, mudei o género diversas vezes. Gostava de dramas, de filmes românticos; depois passei aos filmes de aventura; a seguir vieram as comédias; e por fim, nesse preciso momento da minha vida, gosto de filmes bons, que me atraiam na leitura da sinopse.
Já que a ideia é fazer balanço, não vou maçar-vos com os filmes do ano passado, mas vou falar dos dois que vi em 2009, que estão fresquinhos, fresquinhos na memória (e que recomendo).
O primeiro, assisti em vídeo, porque é uma produção que estreou nos cinemas em 2005. Chama-se Colisão, e lança um olhar directo e provocador sobre as complexidades da (in)tolerância racial na América actual. A maioria das personagens retratadas no filme são, de alguma maneira, prejudicadas pela sua etnia ou nível social, e acabam envolvidas em conflitos que as forçam a examinarem os seus próprios preconceitos. O filme não deixa as pessoas indiferentes diante da sua imprevisibilidade e ausência de julgamentos, ainda que não totalmente isento de uma moral subjacente a qualquer história cinematográfica, e que é traduzida (também) na frase de uma das personagens: "Pensas que sabes quem és? Não fazes a mínima ideia!".
No filme, cerca de vinte personagens interpretadas por um excelente elenco (uma dona de casa e o seu marido, advogado estatal; um persa, dono de uma loja, a sua mulher e a sua filha, que é médica; dois polícias detectives, que são também amantes, a mãe dele; um director de televisão afro-americano e a sua mulher; um mexicano serralheiro, com mulher e uma filha pequena; dois ladrões de automóveis, um polícia recruta e outro veterano, cujo pai está doente; uma funcionária da Segurança Social; um casal coreano de meia-idade), vivem em Los Angeles e, durante 36 horas, entram em colisão. Colisão no sentido do toque, já que nesta cidade, sente-se a falta do toque, do conhecimento, do contacto com os outros. Como eu disse: vale a pena ver!
O outro filme, vi no cinema na semana passada. Chama-se O Estranho Caso de Benjamin Button, e fala sobre a impossibilidade de parar o tempo, sobre os encontros e desencontros da vida, sobre aproveitar os momentos, sobre o início e o fim. Começa com “Eu nasci sob circunstâncias pouco usuais", e conta a impossível história de um homem que nasce com oitenta anos e regride na sua idade. O filme foca questões sociais, de forma crítica e, de alguma maneira, ajuda-nos a acordar para a vida, ensinando que é uma grande tolice perdemos tempo a pensar no tempo que passa, sem nos lembrarmos de viver o tempo presente. Interessante!

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